quinta-feira, 23 de maio de 2013

Uma fria tarde inverno!

O rapaz corria, sem olhar para trás, de seus olhos caiam lágrimas, corria sem um rumo certo, apenas corria. As lágrimas dançavam em seus olhos, ameaçando desabar a qualquer momento, o corpo todo do jovem tremia, seja de frio ou pela tristeza.

Por onde passava, atraia olhares, raivosos, complacentes ou, até mesmo, maliciosos. Quando achou que já estava longe o suficiente, parou de correr e apoiou-se em uma árvore. Seu rosto, agora vermelho e sujo, estava apoiado em suas mãos, desajeitadamente. Os soluços podiam ser ouvidos à distância, mas, o rapaz não parecia se importar.

Enquanto o garoto chorava, um par de olhos acompanhava seus movimentos. O dono dos olhos observadores estava escondido atrás de um grupo de pedras que havia por ali e, sem vergonha alguma, saiu de trás das pedras e caminhou até o corpo encolhido à frente.

Ajoelhou-se ao lado do ser encolhido e colocou suas mãos sobre seus ombros, querendo atenção e, assim que a conseguiu, puxou o pequeno corpo do outro jovem para seu colo, deixando-o desabafar livremente. O mais novo, que estava encolhido nos braços do mais velho, abraçou o outro e voltou a chorar, encostado em seu ombro.

Assim que se acalmou, se separou e olhou para o outro com agradecimento e foi respondido com um sorriso. Não precisavam de palavras, se entendiam apenas com o olhar, e nada mais.

Os dois se encaravam fixamente, os rostos se aproximando, como imãs. Quando estavam próximos o suficiente para sentirem suas respirações se misturando, selaram os lábios em um beijo casto- um breve selinho.

Se soltaram novamente, se viraram para direções opostas e foram embora, sem falar nenhuma palavra, mas, conversando muito para apenas uma tarde de inverno.